Terminou mais um filme, digo, campeonato Nacional de Ginástica Rítmica de Conjuntos.
À SFUAP, com dois conjuntos, foi-lhe atribuído um primeiro(Juvenil) e um segundo lugar(Júnior).
As Juvenis da SFUAP entraram bem em competição e com um exercício sem falhas graves mas com algumas imprecisões ao nível da execução conseguem ...
...não, não merece o esforço estar a comentar o que aconteceu. Não é coerente, depois do que sucessivamente se passa nas provas Nacionais de Ginástica Rítmica continuar a escrever que uma ginastas ou um conjunto teve esta ou aquela nota, aliás, acho que a esta altura, e com toda a sinceridade, é até ridículo escrever uma linha que seja sobre ginástica Rítmica. Sempre me questionei porque é que não havia ninguém a fazer reportagens na modalidade e agora começo, da maneira mais dura e até cruel, a perceber o porquê. No entanto, as imensas visitas diárias após uma prova a esta página (e acredito que a outras tantas pessoais também) me forçam uma vez mais a aqui deixar algo, não acredito que estas visitas sejam apenas para ver mais uma bonita foto, não será só por isso seguramente, acredito que todas as pessoas que gostam da modalidade precisam ter algo para se informar sobre ela e à falta de uma trabalho profissional de informação aqui venham para ter pelo menos a visão de que a modalidade não é fantasma e é falada em algum lugar.
Dizer que o conjunto Juvenil da SFUAP conseguiu o primeiro lugar muito suado com valorosa oposição do conjunto do SAD ou dizer que o conjunto Júnior da SFUAP conseguiu o segundo lugar também em competição renhida com o bonito conjunto do CNM seria muito redutor numa realidade em que a prova tivesse sido seriamente abordada pela organização, era necessário abordar todos os outros conjuntos de todos os clubes mas após o que se passou e na realidade actual, é o máximo que se pode dizer. A pontuação deste campeonato foi, uma vez mais, tudo menos justa, ou coerente se preferirem, e nesse sentido, após a prova de Juniores a SFUAP tomou a decisão, de uma forma consciente e até construtiva*, de a contestar. Não se contestou o lugar em que se ficou, um segundo lugar num Nacional é motivo de orgulho para qualquer clube, contesta-se a falta de seriedade desportiva quando um conjunto é avaliado com uma nota elevadíssima, e num exercício que esteve longe de ser um exercício limpo, e depois se avaliam os outros com notas completamente penalizadoras tendo por comparação o trabalho apresentado por esses dois conjuntos. Não se pode concordar com estes procedimentos. Não se pode entender que numa segunda passagem um conjunto que deixa cair repetidamente os aparelhos, com nós, saídas de praticável estatísmos e com uma técnica de recepção de aparelho durante todo o exercício muito deficiente consigam ainda assim uma nota folgada em relação a outro conjunto que não cometeu um décimo destes erros. Não se pode entender. Pessoalmente também não entendo que exercícios com um grau de dificuldade primário sejam sobrevalorizados a outros que apostam na espectacularidade no risco e na dinâmica musical. Com exercícios de baixo risco e consequentemente de pouca espectacularidade não faremos nunca a diferença num campeonato internacional, PONTO
Confesso que por vezes paro para tentar perceber se é o meu coração a pensar mais alto que a cabeça, se não estou condicionado por estar emocionalmente ligado a um determinado conjunto, chego a pensar que sim, custa-me a acreditar que estas coisas aconteçam e chega a ser mais fácil dizer a mim mesmo que
'não sejas tonto, não tenhas a mania da perseguição' mas, hoje em dia podemos rever tudo vezes sem conta e para além disso, as expressões que recolho das pessoas em plena prova, pessoas imensamente mais experientes e conhecedoras que eu, como quem diz,
'paciência, não há nada a fazer', me dão a convicção que não é apenas a mania da perseguição. Quem me dera a mim e principalmente à modalidade, que todas essas expressões mudas de apoio e indignação ganhassem voz.
Também não consigo entender porque e que num campeonato Nacional com mais do que cento e cinquenta ginastas em competição se escolhe, uma vez mais, um pavilhão com espaço reduzido para a dimensão que uma prova prova destas obriga, porque é que se opta por fazer apenas um painel de Juízes (12) em vez de um painel completo com vinte e quatro e ainda por cima esse painel de juízes se mantém inalterado durante toda a prova ou, talvez não tão importante mas esclarecedor da importância que se dá a pormenores, porque é que se atribuem medalhas com a inscrição de 'Cordas' quando as ginastas foram vencedoras a trabalhar com 'Arcos'. Enfim...
A prova aconteceu e acredito que nada vá mudar com o nosso protesto, no entanto não podemos ficar eternamente calados e conformados com as irregularidades que repetidamente se vão dando. Se todos tomássemos certas atitudes na hora certa seguramente que algo já teria mudado nesta modalidade tão inexplicavelmente irregular em termos de critérios desportivos.
Bem, mas para as nossas pequenas leitoras, por norma ginastas e vitimas deste sistema, e não são só as que vão ao pódio que são vitimas de uma modalidade mal gerida, primeiro quero que sintam que nenhuma destas criticas vos é destinada, todas tem direito ao erro todas estão em formação e apesar de se apontarem falhas essas referências deverão ser entendidas de uma forma construtiva, para que se aprenda com o erro que alguém(para além da treinadora) chamou a atenção. Deixar os parabéns a todas as ginastas pois na generalidade o trabalho apresentado foi positivo e pleno de alegria e no fundo essa é já das poucas vantagens que se podem tirar desta modalidade. Continua a ser gratificante vê-las socializar independentemente de que clube são, vê-las apoiar as colegas de forma para mim emocionante, vê-las felizes com os beijos de incentivo das treinadoras ou todas emocionadas com os saltos e gritos de alegria de uma treinadora no fim de um exercício (...não foi treinadora do CSM? :) continuem assim pois pode ser que um dia os adultos que gerem esta modalidade se dignem a olhar para vocês meninas e percebam que são merecedoras de mais respeito e seriedade.
- À direcção da Federação deixo um apelo para que faça alguma coisa pela modalidade, questione o Dpt. de GR. Já!
- A todas as treinadoras e técnicas que nos mostraram também em pleno pavilhão a sua indignação que se manifestem de alguma forma junto da Federação. Não chega fazermos caretas uns para os outros.
Às minhas duas filhas ginastas ... não sei o que lhes dizer.
Um dia a Ginástica Rítmica vai ter paz.