::FOTO: A Maria e a Bruna no início da sua ligação com a GR::
Cara anónima,
antes de mais obrigado pela sua visita e comentário.
Por achar o tema forte do seu comentário um assunto interessante de debater optei por lhe dar resposta na forma de um novo assunto.
::A Bruna numa pose em MINI e mais tarde a auxiliar as juízes (Infantil)::
Não posso falar por toda a comunidade de pais da ginástica rítmica(nem mesmo dos que me estão mais chegados), como é óbvio, mas a minha experiência como pai de duas ginastas e "tio" emprestado de umas dezenas de outras dão-me alguma experiência para no mínimo, ter algumas reservas sobre o sentido que está por trás da sua última frase, e por isso a achar merecedora de algumas considerações.
Arriscaria um valor na ordem dos 80/90% em como a grande maioria das ginastas teve os seus momentos de choro e de finca pé a dizer que não gostam da ginástica e que querem fazer outra coisa qualquer que não aquele desporto. Acontece principalmente nas mais pequenas e na altura em que em competição sofrem um choque maior na carga de treino, deixa de ser aquela brincadeira que estavam habituadas nas 'MINIS' e 'INFANTIS' e conhecem 'outra' treinadora, mais dura e mais exigente com elas. Essa nova responsabilidade, maior esforço e medo de não conseguir cumprir com o que lhes é agora pedido, e atenção que não se trata de lhes pedir que sejam sempre as primeiras, não, trata-se de lhes pedir que dêem o máximo das suas capacidades e isso custa e isso provoca a vontade de fuga e abandono da modalidade. Aconteceu-nos cá por casa com a pequenita Maria e agora mais tarde com a pequenita Bruna e vimos acontecer com outras tantas ginastas durante o tempo que já temos de GR.
::A Maria (Esperança)::
Pessoalmente e por achar que as ginastas cá de casa tem alguma apetência para a modalidade, optámos por não desistir na 'primeira' birra, o que recriou o ambiente que descrevia no seu comentário, choro à porta do ginásio. Com duas crianças que embora irmãs tem as suas diferenças bem marcadas, essa experiência inicial com a Maria foi curta e rapidamente esquecida o que nem chegou para nos deixar dúvidas sobre insistir ou não, no caso da Bruna, mais actual, é diferente, por isso, e dado o tempo que por cá achámos razoável esperar, o futuro na modalidade passou para as suas mãos, e ela sabe-o. Estaremos no entanto muito em cima para lhe dizer as consequências e o que trataremos de preparar para uma boa ocupação física e psicológica de futuro caso ela (ou a irmã) decida um dia mudar de rumo.
Quando digo que tenho algumas reservas em concordar consigo na sua frase final, é porque, como referi atrás, já vivemos essa experiência e em dias mais complicados em que até se faz um acompanhamento da ginasta mais de perto(muitos telefonemas para o clube) chegamos à conclusão que o que lhes custa mais é mesmo o receio inicial de encarar a responsabilidade do treino, e que após se encontrar no praticável e a convivência com as colegas as fizer esquecer alguns dos seus receios, o treino corre com naturalidade e com as vicissitudes de um qualquer dia de trabalho do qual elas tiram momentos de prazer e outros talvez um pouco mais difíceis e duros de suportar. É, sinceramente, o que eu acho. Agora, a felicidade ao fim de um dia de trabalho é normal até para nós adultos quanto mais para as pequenitas ginastas, mas os animados relatos e demonstrações no meio da cozinha sobre alguns novos movimentos são para nós indicadores preciosos do estado das ginastas.
A GR de competição não é uma modalidade fácil, o sacrifício físico o choro estão muitas vezes por perto, diria mais, fazem parte do 'pacote', e por vezes é necessário e aceitável que se 'compre' a ginasta, no entanto, se esta a determinada altura dá sinais repetidos e repetidos que não dá para ela então é necessário parar pensar e agir em conformidade com a boa avaliação da situação. Por muito que possa custar aos pais.
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5 comentários:
Agradeço a sua resposta e tambem eu sei que crises há sempre e cabe-nos a nós avaliar a verdadeira razão do ' não quero ir' e defenir o tempo de espera para que a 'birra' passe. Mas... São crianças 8 e 9 anos estiveram enfiadas na escola 5 horas em aulas e mais algumas em ATL e depois obrigálas a ir treinar no duro é capaz de ser carga demais para algumas, uma das meninas de que eu falei diz muito claramente que quer praticar ginastica ritmica mas não de competição, será que se deve continuar a insistir na parte competitiva? afinal o desporto não tem de ser todo de competição.
...concordo plenamente consigo, nem todas as meninas querem e conseguem levar a carga de trabalhos que a GR de competição obriga, e os grupos de representação da rítmica são uma opção muito válida como opção.
Como referi, a GR não é nada fácil, são muitas horas de treino e é nessas idades que refere que elas começam a ter uma carga de treino mais a sério, altura em que passam para o escalão ESPERANÇAS e participam nas provas Distritais e Nacionais, e mais para a frente, para as que levam mesmo a peito este desporto acabam as outras ocupações extra curriculares para ser só a GR. Mas isto eu acho que se passa em qualquer modalidade.
Depois há outro factor importante, os pais. Também eles têm que ser "especiais de corrida" para aguentarem tudo o que a rítmica trás :)
Não falámos da sua filha que calculo seja pequena. A vontade que ela demonstra provavelmente é equivalente ao nível de rigor e objectivos que lhe passam no treino, pode andar bem assim, mas o gosto descobre-se e aumenta com o atingir de objectivos e se eles não forem delineados à partida então para a ginasta é apenas uma ocupação saudável(não sei se o seu clube está com ginastas na primeira divisão).
Pois os pais dava outra conversa muito interessante.
parabéns as meninas e boa sorte para o distrital.
Cara Maria quando e o teu distrital de conjuntos?Aonde?A que horas?
Parabens pelo teu blog!
um post com informação do distrital já a seguir...
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